16.05.22
É um favor que se faz ao populismo de Direita combater qualquer manifestação de identidade nacional como vício por princípio (aberratio ab initio). Parece-me excessiva, pouco realista e sem efeito prático, a ideia de país sem identidade como primado contrário ao "Estado-Nação", pelo facto de que condena, no plano moral, o direito à identidade e à memória coletiva, a qual não se querendo unívoca nem limitadora, é no entanto lícita. Uma sociedade multicultural não implica a ausência de marcadores que identificam a história de um país. O conceito de saudade pode bem não ser um exclusivo português, até porque pouco difere de nostalgia ou do romeno dor, mas isso não invalida que seja um ativo cultural português.