Em referência ao meu post sobre a expulsão do autor da moção de remoção de ovários, uma militante do Chega fez um post onde me tece algumas críticas. É uma das vantagens da Democracia, princípio pelo qual não temos a certeza de que o Chega tenha assim tanto afeto. A forma como André Ventura ataca os opositores políticos, a forma como as redes sociais do partido atuam distorcendo os factos e fazendo uso de chavões, estereótipos e ideias nacionalistas do começo do século XX, não deixam dúvidas sobre a forma como pretendem jogar o jogo político. É interessante ler no texto referido que o Chega é um partido "de cidadãos decentes, honestos, trabalhadores, pais de família, patriotas, cristãos e ateus, que não querem ver Portugal transformado numa Venezuela ainda mais pobre." Isto é ipsis verbis a narrativa dos apoiantes de Bolsonaro, quando na verdade por baixo desse belo véu está o racismo, a homofobia, o ódio de classe, o fanatismo evangélico e as saudades da ditadura militar. O que terá a dita senhora a dizer sobre os inúmeros militantes do Chega oriundos do PNR? E dos saudosistas do Salazarismo? Enfim, percebe-se que o combate cultural inventado por esta nova-velha-direita, reciclada dos anos de 1920 e 1930, espalhou-se pelo Ocidente. Por fim e já agora, quanto à castração química não há provas inquestionáveis de que seja uma solução segura, já que o estímulo sexual pedófilo é de natureza cerebral e pode ser satisfeito com objetos.