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Post{o} de Vigia

09.10.24

Pode ser uma imagem de 1 pessoa e a texto que diz "OPO Núcleo duro de Pedro Nuno Santos quer voto contra o Orçamento do Estado Direcção do PS e bancada socialistas estão divididas sobre sentido de voto no Orçamento, mas todos OS "históricos" apoiantes de Pedro Nuno defendem o chumbo do OE."

Quando os políticos se fecham em circuitos próprios perdem a ligação ao chamado “país real”. Existem boas razões políticas e de matéria para que o PS considere um chumbo orçamental, mas no final devem ponderar a percepção pública, a qual, julgo, não será simpática com os socialistas. Vindo de oito anos de governo, um chumbo pode bem ser lido como “querer voltar ao tacho”.
É verdade que tal permite ao Chega afirmar que os dois partidos do centro são iguais, estão de conluio e a única alternativa real é aquele partido. Mas o CH terá sempre algo para dizer, nomeadamente que o PS chumbou o orçamento porque quer “poleiro” e é irresponsável, e que a única alternativa é o Chega. Tanto faz, portanto, porque o CH pode usar sempre a mesma estratégia.
Quanto ao PS, então, pode bem abster-se e deixar o CH com a responsabilidade (que já disse que tudo fará para evitar uma crise política), permitindo encaminhar-se para a votação na especialidade.

 

 

03.10.24

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Algumas pessoas referem que não tenho uma palavra sobre a situação em Israel e Palestina. Não sendo totalmente verdade, cumpre-me, em todo o caso, referir, face aos últimos acontecimentos, que: (i) considero a solução de dois Estados a única viável; (ii) que Benjamin Netanyahu é um radical, populista, oportunista e criminoso que para garantir a sua intocabilidade não se coíbe de escalar a guerra e dizimar populações, com um impacto dramático sobre as condições de vida na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, como o bloqueio, a falta de recursos básicos (água, eletricidade, medicamentos); (iii) que o mesmo é alimentado por setores radicais dentro de Israel que desejam um imperialismo regional; (iv) que embora técnico-juridicamente não seja seguro podermos falar em «genocídio», há, efetivamente, um massacre de populações; (v) que a situação se presta a uma polarização ideológica que não favorece a paz, entre os alinhados em absoluto com Israel, por razões de familiaridade cultural, e os contrahegemónicos pró-Palestina que observam o mundo num binómio opressor-oprimido, o que molda as narrativas e os apoios políticos ao redor do mundo, tanto na opinião pública quanto entre os governos; (vi) que a expansão de Israel tem violado sistematicamente as resoluções das Nações Unidas, sob o manto protetor dos Estados Unidos, (vii) o papel crucial do Hamas e outros grupos palestinianos que, apesar de serem vistos por alguns como forças de resistência, numa euforia heroica contrahegemónica, são também responsáveis por ataques contra civis israelitas e pela perpetuação da violência.

28.09.24

O braço de ferro está montado. O PS mantém-se inflexível nas matérias que determinou (IRS Jovem e IRC), o que constitui comportamento natural, e o PSD diz que o PS tem uma postura radical e inflexível. Tudo normal em fase preliminar das negociações, e considerando que o PS não pode passar um cheque em branco e o PSD até nem se importa de ir para eleições.

27.09.24

O que mais me preocupa na eventual candidatura de Gouveia e Melo e na sondagem que o dá como um dos preferidos dos portugueses, é que podemos estar diante de um exemplo de populismo militar de estilo "caudilho" que tivemos na América Latina e em boa parte do século XX em Portugal. Sem lhe conhecermos quaisquer ideias para o país, sobre a sociedade, valores e princípios, ficamos com a performance do homem de farda que vai dizendo umas coisas soltas, algumas de baixo nexo. Ora, num tempo em que a nostalgia dos autoritarismo faz o seu percurso, é muito preocupante neste sentimento nacional. Marcelo Rebelo de Sousa (a tomar por boa a informação do Expresso) tem razões para estar preocupado. 

26.09.24

O PS não aceita, e bem, o RS Jovem. O PSD considera essa medida nodal do seu programa político, donde não pretende abrir mão do mesmo. Ora, o PSD tem com o Chega e a IL uma maioria para o aprovar. Para manter a espinha dorsal, o PSD não quer esse acordo, mas o voto favorável do PS. Assim, o que temos é um cerco ao PS: ou aprova tudo para não ser o mau da fita, ou é o mau da fita que precipita eleições. Negociar não é isto, mas o PSD também tem por horizonte repetir Cavaco Silva. No entanto, o PS também não soube andar bem nesta matéria, coisa que se percebe sobre quem está na corda-bamba.

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